No domingo passado levada pela
curiosidade fui ao Acupe tirar fotos do Nego Fugido, tinha lido um pouco sobre o
assunto mas só indo para entender como se passa a manifestação ... de qq
jeito apostei e meu palpite estava completamente
correto...foi lindo D+ de se ver.
Logo que cheguei vi muitas crianças,
homens e mulheres fantasiados de caretas, zanzando e zoando pelas ruas, só depois soube
que essa é outra manifestação e que não tem a ver com a de Nego Fugido, mas na hora
confusa perguntei para
as pessoas e acabei indo parar na casa de D. Santa, uma mulher
marcada pelos seus muitos anos de vida que me recebeu a principio com timidez mas
que me impressionou muito pela simplicidade e determinação em manter essa
tradição que acontece, segundo ela, há mais de 200 anos e da qual ela participa
desde os seus 12 anos, levada por sua mãe. Ela simplesmente adotou essa
manifestação popular, e é em sua casa onde acontece a
concentração dos “atores” da festa - os moradores do Acupe.
O evento acontece todo ano durante o mês
de julho em Acupe e cercanias (distrito de Santo Amaro) é uma encenação sobre a
fuga, captura e compra da liberdade dos escravos chamados de “negos”.
Os preparativos pra mim já foram muito intensos, pois de perto pude observar e fotografar os preparativos dos atores, que ali mesmo se transformaram em “negos escravos “, "feitores", "rei" etc. Pintaram o rosto de preto, com uma mistura de “cauvão” e óleo de cozinha e na boca um preparado vermelho para representar o sangue dos escravos, essa caracterização assusta aos mais desavisados. Se vestem com uma saia enorme feita de muitas folhas de bananeira amarradas, com jalecos e espingardas. A encenação começa “lá pelas 2 da tarde” ao som de atabaques e tiros, e os “negos” (normalmente representados por crianças) correm e se contorcem no chão ao simularem terem sidos atingidos pelas balas. Os seus caçadores os amarram e obrigam a pedir dinheiro pela cidade para comprar sua liberdade. No último domingo de julho o rei é preso depois de uma batalha é obrigado a dar a carta de alforria aos escravos, e aí tudo termina numa grande festa.
Nós, os turistas-fotógrafos, fomos engolidos pela encenação, o que nos fez parecer parte do cenário mas transparentes ao
mesmo tempo. Ficamos observando e fotografando quase que febrilmente todo o desenrolar.
É uma manifestação legítima do povo e não tem nada muito programado, entretanto foi interessante observar como as pessoas entram
nos seus personagens, um prato cheio para se fotografar tão exótico regionalismo
de uma manifestação cultural autentica e pura!! Os preparativos pra mim já foram muito intensos, pois de perto pude observar e fotografar os preparativos dos atores, que ali mesmo se transformaram em “negos escravos “, "feitores", "rei" etc. Pintaram o rosto de preto, com uma mistura de “cauvão” e óleo de cozinha e na boca um preparado vermelho para representar o sangue dos escravos, essa caracterização assusta aos mais desavisados. Se vestem com uma saia enorme feita de muitas folhas de bananeira amarradas, com jalecos e espingardas. A encenação começa “lá pelas 2 da tarde” ao som de atabaques e tiros, e os “negos” (normalmente representados por crianças) correm e se contorcem no chão ao simularem terem sidos atingidos pelas balas. Os seus caçadores os amarram e obrigam a pedir dinheiro pela cidade para comprar sua liberdade. No último domingo de julho o rei é preso depois de uma batalha é obrigado a dar a carta de alforria aos escravos, e aí tudo termina numa grande festa.
Para fotografar o Nego Fugido esqueci a
estética, esqueci preconceitos. Com minha câmera na mão, apenas optei em não
fazer enquadramentos elaborados, me prendi ao momento, ao que ocorrer, ao que
me chamasse atenção e assim foi... acho que obtive boas fotos (abaixo algumas) e mais ainda que
isso, encontrei pessoas incríveis que me fizeram sentir admiração e orgulho do nosso povo. Uma pena que nossos
órgãos públicos não apoiem essa tradição secular como deveriam.
Já foram feitas muitas apresentações pelo grupo em vários estados e inclusive em Paris, quando foram convidados e custeados por uma organização de lá. Os participantes do grupo fundaram uma associação, compraram
um terreno com recursos próprios e estão tentando construir uma sede, quem quiser
ajudar, pode entrar em contato com Monilson no email para monysanto2011@hotmail.com.
Mais informações sobre a história do "Nego Fugido" encontramos no site http://www.obomdoacupe.com/2011/04/acupe-nego-fugido-e-sua-historia.html
Mais fotos no site :http://magaliabreufotografa.wix.com/fotografia
Mais fotos no site :http://magaliabreufotografa.wix.com/fotografia
Nenhum comentário:
Postar um comentário